"E não nos induzas à tentação": este é um trecho da universalmente conhecida oração do Pai Nosso, que se encontra em Mateus 6:13. Claramente, o problema não está na oração em si (pois uma oração ensinada pelo próprio Senhor Jesus não pode conter erro), mas na tradução antiga, existente em muitas bíblias, a qual conflita com outras passagens.
O “não nos induzas à tentação”, que inclusive é ensinado em muitas igrejas, é um equívoco porque Tiago 1:13,14 diz que “ninguém, sendo tentado, diga: de Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta. Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência”. Isto está em perfeita consonância com 1 Coríntios 10:13, onde se lê: “não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar”.
Portanto, Deus permite provas e tentações em nossa vida, porém ele não nos induz a elas como desejando que caíssemos. Pelo contrário: Ele só permite que sejamos tentados dentro da nossa capacidade de suportá-las. Além disso, como fica claro em Tiago, nossas tentações não são totalmente obras externas do diabo ou de algum espírito perverso, mas possuem origem interna: cada um é atraído por suas próprias paixões carnais. O adversário apenas se aproveita delas para tentar nos derrubar, mas tudo começa dentro de nós.
Sabemos que Deus, como Pai dos espíritos (Hebreus 12:9), pode ordenar que algum espírito mal nos tente, pois 1 Samuel 16:14 fala que “o Espírito do Senhor se retirou de Saul, e atormentava-o um espírito mau da parte do Senhor”. Além disso, temos em Jó 1:12 o relato do diabo pedindo autorização a Deus para tentar Seu servo. Todavia, no caso de Saul o espírito maligno foi permitido por Deus como consequência do seu pecado. Já no segundo caso, consentiu Deus que Jó passasse por tamanha prova por saber que ele seria capaz de suportá-la e que o seu exemplo traria ensinamento e edificação espiritual a muitos. Isto, contudo, não torna Deus um Pai que “se diverte” induzindo seus filhos à tentação...
Assim sendo, mais condizente com o Novo Testamento, com o ensino apostólico e sobretudo com o caráter de Deus são as versões do Pai Nosso onde se lê “e não nos deixes cair em tentação”, pois é um pedido de socorro e de fortalecimento espiritual a Deus, sem, entretanto, tornar Deus culpado por “nos induzir” a eventuais tentações.
Salmos 119:105
"Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho."
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