Precisamos parar com esse amor de contos de fadas, segundo o qual nós só perdoamos alguém quando somos capazes de convidar nosso ofensor para vir jantar conosco, adicioná-lo no Facebook, telefonar para ele toda semana etc. Esses lirismos só existem na cabeça de quem não entende que certos convívios são impossíveis, dadas as incompatibilidades que há entre determinadas pessoas. Ame sem alardes aos que o aborrecem, não com tapinhas nas costas e sorrisos falsos, como fazem os hipócritas nas congregações, para fingir um amor que não possuem.
Ame o seu inimigo dando-lhe a chance de perceber que ele está errado! Muitas vezes, uma forma inusitada de amor é dar um choque de realidade em indivíduos que sempre foram cercados por pessoas que os amavam, mas que justamente por esse motivo tinham medo de magoá-los com certas verdades incômodas. Um “inimigo” sincero pode ser mais útil em determinados momentos do que mil amigos tímidos.
Não podemos ser rancorosos, guardar raiva ou deixar brotar em nós raízes de amargura. Precisamos perdoar sempre, abençoar os que nos maldizem e jamais nos alegrarmos com o mal daqueles que nos tem por inimigo. Porém, isto não significa que tenhamos a obrigação de manter vínculos relacionais contra a nossa vontade. Amar o inimigo não é sentir uma vontade enorme de estar com ele, é apenas orar em seu favor, abençoá-lo com o fato de você não nutrir ódio algum contra ele e, se possível, auxiliá-lo em suas necessidades.
Porque, na verdade, se você fizer tudo isso, seu pretenso inimigo só continuará sendo seu inimigo se ele realmente quiser...