segunda-feira, 10 de abril de 2017

Não rejeites a mulher da tua mocidade



Um tema atemporal e que me causa compaixão é o da mulher abandonada pelo seu companheiro de mocidade. De fato, é algo cruel e perverso que uma mulher seja rejeitada por um homem depois de haver lhe dado o melhor da sua juventude: sua beleza, energia, seu melhor desejo, seus filhos... E Deus também sente indignação com esse tipo de atitude.

Na verdade, Deus sempre se pronunciou contrário ao desprezo à mulher, ou seja, o divórcio. Em Malaquias 2:16 Ele diz com todas as letras: "eu detesto o divórcio", posição depois reafirmada por Jesus, como se lê em Mateus 19:6: "o que Deus ajuntou, não o separe o homem".

E por que Deus não aceita o divórcio? Analisemos primeiramente o objetivo de Deus para com o casamento. Ainda em Malaquias (2:15) Deus diz: "e não fez ele somente um, ainda que lhe sobejava espírito? E por que somente um? Não é que buscava descendência piedosa?". Mais tarde, Jesus nos ensina: "não tendes lido que o Criador os fez desde o princípio homem e mulher, e que ordenou: por isso deixará o homem pai e mãe, e unir-se-á a sua mulher; e serão os dois uma só carne?" (Mateus 19:4,5).

Portanto, o objetivo do casamento é unir um homem e uma mulher como se fossem um só, numa mesma comunhão, num mesmo sentimento, a fim de gerar uma descendência benigna: bons filhos, gerados e criados em amor. Isto acontecendo, obtém-se uma crescente exponencial de pessoas piedosas no mundo. Sendo dois numa só carne, certamente não se dará o caso de unir-se uma pessoa má e outra amável, por exemplo. A luz não tem parte com as trevas.

Em segundo lugar, passemos a refletir sobre o que Deus pensa do homem abandonar a sua esposa: "porque o Senhor tem sido testemunha entre ti e a mulher da tua mocidade, para com a qual procedeste deslealmente sendo ela a tua companheira e a mulher da tua aliança" (Malaquias 2:14). E mais: "disse-lhes ele (Jesus): Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas ao princípio não foi assim. Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de fornicação, e casar com outra, comete adultério" (Mateus 19:8,9).

Como se vê, Deus considera uma deslealdade o homem rejeitar a sua companheira de mocidade, com a qual selou uma aliança, um compromisso vitalício de amor e fidelidade. Deus também atribui tal desejo de separação à dureza do coração do homem, isto é, ao seu desejo egoísta de satisfazer a si mesmo, sem se importar com o mal que estaria causando à mulher. É tamanha a perversidade do ato que Jesus equipara o divórcio ao próprio pecado de adultério...

Colocando agora em nossas palavras, diríamos que um homem rejeitar a mulher da sua juventude é uma covardia. A mulher que com ele se casou nos dias da sua mocidade foi aquela que o ajudou a construir sua vida, que gerou seus filhos, que se dedicou fielmente ao lar. Se essa mulher tiver sido sempre dona de casa, depois do divórcio talvez ela não tenha mais nem tempo de pensar numa carreira profissional. Outrossim, num ambiente de igreja a mulher desprezada passa a se sentir inadequada tanto entre os casais quanto no meio da mocidade local.

Resumindo, a rejeição à mulher com a qual um homem se casou "na flor da idade", fez com ela um concerto de amor e depois a abandonou para casar-se com outra, seja mais jovem, seja mais atraente, seja mais rica do que aquela, configura-se aos olhos de Deus como algo abominável, odioso, detestável. Tal atitude choca-se frontalmente com o propósito divino do casamento e só pode sobrevir de um coração duro, egoísta e perverso.