sexta-feira, 31 de março de 2017

O "lado B" do amor dos irmãos



É muito bom nos sentirmos amados dentro de uma igreja, criarmos vínculos fraternos, visitarmos uns aos outros, e assim por diante. Aquele amor é tão envolvente que parece que nunca vai acabar. Mas, acaba... Basta você parar de congregar ou cair em pecado, que a maioria daqueles seus amigos de outrora virarão as costas para você e o tratarão com absoluto desprezo. Este é o "lado B" do amor dos irmãos, que, na verdade, é o "lado A" do verdadeiro sentimento que muitos nutrem nas igrejas: a amizade pagã. Trata-se do amor moral, ou seja, amor só por aqueles que são da sua religião e a seguem "impecavelmente". O exemplo clássico disto é o irmão mais velho da parábola do Filho Pródigo (Lucas 15:11-32).

O tema do falso amor entre os religiosos é seríssimo, tendo sido ilustrado por Jesus em pelo menos duas ocasiões: na parábola do Bom Samaritano (Lucas 10:30-37) e na parábola mencionada acima. Na primeira, Jesus mostra um sacerdote e um levita, profundos conhecedores da Lei, ignorando um homem "dado como morto" à beira do caminho. Já na parábola do Filho Pródigo, temos um irmão mais velho que nunca saiu da casa do Pai (a "igreja") furioso pela volta do seu irmão ao seio paterno depois de ter gasto tudo o que tinha no mundo (ter "pecado"). O mais velho não sentia alegria em ver o "desviado" voltar, pois sua justiça própria o havia cegado ("eis que te sirvo há tantos anos, sem nunca transgredir o teu mandamento"... Lucas 15:29).

Por isso, acautelemo-nos do falso amor, tanto do irmão mais velho, que não aceitava ao seu lado um filho que o Pai não havia rejeitado, quanto do sacerdote e do levita, que, vendo um ferido, não se dignaram a ajudá-lo, considerando-o já como um "caso perdido"...

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