quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

O certo e o justo aos olhos de Deus

Você já reparou que nem sempre fazer o "certo" significa necessariamente fazer o que é justo aos olhos de Deus? Percebeu que aquilo que nós entendemos por "justiça" muitas vezes não é o que Deus chama de Justiça? Por exemplo: entristecer uma pessoa através de palavras duras ou de atitudes severas apenas porque ela não conseguiu cumprir um ensinamento ou um costume da nossa igreja não é justo, ainda que fosse realmente certo que ela obedecesse a tais normas. Ora, abater uma alma pode afastá-la da casa de Deus; logo, o que é preferível: ter a pessoa no convívio da igreja (mesmo não estando 100% dentro dos usos e costumes estabelecidos) ou simplesmente não tê-la mais entre a irmandade?...

Note que em várias ocasiões o nosso Mestre Jesus deixou de fazer o que era o "certo" (segundo a Lei de Moisés, em vigor na época) em prol do que era justo, segundo Deus. Em Mateus 12:1-8 temos uma amostra disso. Ali o Mestre deliberadamente deixou de guardar o sábado para que ele e seus discípulos não ficassem com fome. Confrontado pelos fariseus, a sua resposta foi: "se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício, não condenaríeis os inocentes" (Mateus 12:7). Em seguida (Mateus 12:10-15), Jesus novamente descumpriu o mandamento para curar um homem que tinha uma das mãos atrofiada ("mirrada").

Portanto, Deus quer que nós pratiquemos o que é justo do Seu ponto de vista, e não apenas que obedeçamos mecanicamente a certas ordenanças. Justo para o Pai é o juízo que carrega em si não somente a frieza da censura, mas também o amor, a misericórdia e a compaixão pelo próximo. Fazer o "certo" pelo "certo" significa cumprir a letra da lei (ensinamento, doutrina, costume) sem compreender o espírito da lei (ou seja, aquilo que a lei quer que nós aprendamos  através do seu cumprimento). E, se obedecemos a lei, mas não observamos a "lei da lei" , então em verdade a ferimos, o que, em suma, é o mesmo que estarmos descumprindo a própria lei...